Roteiro 6 Dias Por Portugal
Portugal é um país de encantos e nada como um passeio de carro para conhecer cantinhos novos.
Com uma semaninha de férias e um carro disponível, eu decidi percorrer o continente. Bem, uma pequena parte dele, até porque há tantos cantinhos escondidos que precisaria de bem mais do que uma semana para os explorar todos.
O meu ponto inicial foi no norte, perto de Braga. Mas dá para começar o roteiro de qualquer ponto.
Depois de alguma pesquisa e de ter que escolher entre muitos sítios, este foi o meu RoadTrip.
Usei o GPS da Google para me orientar. Nas definições escolhi evitar portagens, porque a ideia é usufruir da viagem e do que vou encontrando pelo caminho. Nas auto estradas não se vê nada. Enchi o depósito e meti-me a caminho.
Dia 1
Montalegre
Decidi começar por Montalegre, primeiro porque adoro fazer a estrada para lá. A estrada é muito boa e com paisagens lindíssimas. Levei água e alguns snacks para comer pelo caminho, uma musiquinha agradável. Não imaginam como é revigorante sair da cidade e do trabalho e ter uma estrada tão tranquila e linda por tanto tempo.
Por vezes encontrei alguns camiões pelo caminho, mais lentos, e já pensei que ia ter que levar com aquilo o caminho todo. Até porque não é fácil ultrapassar nesta estrada, mas surpreendentemente, assim que há uma oportunidade os camionistas assinalam com o pisca da direita para que eu saiba que posso ultrapassar em segurança. Uau!
Aviso já que não vos vou encher de fotos, porque vocês têm que ir para ver. Nada melhor do que descobrirem sozinho e surpreenderem-se.
Podem clicar nos mapas para abrir as direcções.
Pelo caminho vocês vão ver montes e vales muito acentuados, rios, barragens e muito mais. Se forem na época quente, talvez consigam ver uma aldeia de pedra que ficou submersa com a barragem de Vendas Novas.
Ora bem, hora de esticar as pernas, o Café do Sudro está no sitio certo para tomar um cafezinho. Não tem como falhar, vocês vêm na estrada. Do vosso lado direito com um espaço para parque em frente generoso.
Seguindo caminho, entretanto chegam aos Pisões. É uma barragem que vale a pena parar para ver, vai estar do vosso lado direito, é só seguir as placas. Esta barragem é muito conhecida pela pesca de trutas, carpas e luciopercas, especialmente desde que rebentaram as redes dos viveiros de trutas. Quem quiser fazer o gosto ao anzol procure saber a época aberta à pesca e regras porque a autoridade vigia bem a zona.
Dos Pisões a Montalegre são mais alguns quilómetros. Como está bom tempo, desta vez escolhi ficar no parque de campismo Aquabarroso. As condições são excelentes e acordar com esta vista. Nada melhor para acordar bem disposto.
O pequeno almoço é no cafézinho em frente ao parque, isto é entre a água e o parque de campismo. Num café com vista panorâmica e pessoas muito simpáticas. Ah, e o pão desta zona é tão bom, ainda sabe a pão de antigamente feito em fornos de pedra.
Para quem não gosta de acampar, o Hotel Montalegre é uma boa opção. já lá estive noutra altura e fui bem recebido.
Mas não faltam opções, excepto nas Sextas-Feiras 13. Ai esgota tudo bem antes da data, porque Montalegre tem um FESTÃO todas as Sextas 13. É espectacular e vale a pena lá ir só para essa festa, mas marquem estadia com bastante antecedência! Porque não vão querer fazer o caminho de volta a casa depois de uma noite bem regada junto ao Castelo :’-)
Junto ao Castelo é uma zona que vale a pena passear a pé, e se querem uma vista espetacular, vão aqui. Daqui também se lançam parapentes, se tiverem sorte, ainda podem ver. Não recomendo que subam esta estrada com mau tempo, para além de o vento ser muito desagradável, a estrada acumula gelo e neve com facilidade devido à altura.
Vilarinho de Negrões é também uma aldeia a considerar a visita. Rodeada de água, é considerada umas das aldeias mais bonitas de Portugal, como é do lado oposto da barragem dos Pisões, podem passar por lá ao passar por ela. Montalegre também tem como tradição as Chegas de Bois em que dois Bois se enfrentam até um deles desistir. Eles chamam-lhes Bois, mas pelo tamanho deles, parecem mais rinocerontes depois do ginásio! E os Montalegrenses vibram mesmo muito com os seu campeões. Vejam AQUI a Dona Lurdes da Casa dos Lanos, a loucura quando o seu Boi Penato venceu.
Por falar em Casa dos Lanos, já está na hora de falar onde comer.
Montalegre zona de carne barrosã e fumeiro, por aqui podem encontrar em qualquer lado um bom cozido à portuguesa ou um posta barrosã. Mas se querem umas alheirinhas premiadas, um presuntinho ou quem sabe um leitão no forno a lenha, falem com a Dona Lurdes da Casa dos Lanos, é do melhor em sabor e simpatia. De coração, são das melhores pessoas que já conheci na minha vida, e se falarem com tempo e forem pelo menos dois casais, tenho a certeza que se disponibilizam para vos receber e quem sabe até vos levar conhecer o Penato 😉
Podem encontrar alojamento aqui.
Dia 2
Miranda do Douro
Acordei de manhã, tomei o pequeno almoço, inseri destino Miranda do Douro no Google Maps e seleccionei evitar portagens. Isto é muito importante, porque senão, vão perder grande parte do que é bom na viagem.
De Montalegre a Miranda do Douro demora cerca de três horas. Por isso, levem água e algumas coisas para comer pelo caminho.
Têm duas opções para o caminho, eu escolhi passar pela Ponte de Arame que se estiver com as árvores carregadas de folhas, é lindíssimo.
Também passei nas Fisgas do Ermelo, que no verão sabe mesmo muito bem para refrescar nas Piocas de cima ou de baixo. Eu fui às que se anda menos a pé 😉 não me lembro quais eram mas nas placas diz a distância, e mesmo assim ainda é um bocado e bastante íngreme, tragam caçado apropriado. Para além disso, a cascata das Fisgas do Ermelo são das mais altas da Europa. É assustador!
O caminho é interior e depois dá à IC5 que é mais rápido mas juntinho ao Parque Natural do Douro, só apetece parar para tirar fotos! Google Maps Esta opção tem 4 horas de estrada.
Outra opção é passar por Chaves conhecer o centro histórico e almoçar por lá. Pois almoçar, já estão a adivinhar que é nisso que estou a pensar :’-)
Em Chaves para comer é na Pensão Flávia! Ainda não tive a oportunidade de lá ir, mas as minhas fontes confiáveis (amigos) recomendam muito!
Então vou aqui citar o que me contam:
“Eu entrei e aquilo parecia um café pequenito, já estava a pensar onde raio eu ia comer. Entretanto disse a alguém que era para almoçar, e responderam: –Ahh, é lá em baixo! Eu desci, sentei-me numa mesa, e disseram-me: –Eu vou trazendo.
Entretanto começam a vir frigideiras com frios, presunto, camarão, etc. depois quentes e a mesa começa a ficar cheia de frigideiras. Já cheios de comer, aparece o homem e diz: –E agora para comer o que vai ser? Ahh?! Comer??? Mas eu estive a comer até agora!!! -Uma carne barrosã é a especialidade ou outra coisa se quiser. Eh pá, venha a carne que eu aguento! Lá comi a carne, que era um espetáculo e no fim ainda vem mais frigideiras de sobremesa!
Nesta fase eu já só pensava como é que comi tanto e na conta que ia ter que pagar! peço a conta, o homem pousa um pote na mesa, eu abro e não tem conta nenhuma! – Olhe por favor, não trouxe a conta! Diz ele: – A conta é o que você quiser pagar, se não gostou não paga nada! Eu fiquei parvo da vida, nunca ouvi tal! Mas como comi mesmo muito bem, deixei 40€ para mim e para a minha mulher. E garanto que valeu bem! Entretanto, houve cantorias e tocadores de viola lá dentro. Foi muito giro e tens que lá ir”
Ora bem, tenho mesmo que lá ir, mas fica aqui a minha recomendação. Têm aqui (Google Maps) o trajecto e na imagem abrem a página do restaurante.
Telf. 961 693 890
Chegando a Miranda do Douro podem dar um passeio pelo centro histórico, e refrescarem-se onde escolherem ficar. Assim que possível eu faço-vos recomendações mais concretas sobre alojamentos. Tenho que testar outros.
O passeio a pé, ainda demora um bocadinho, o centro é muito giro, grande e com vários estabelecimentos que vos vão convidar a entrar para tomar ou comprar alguma coisa.
Mas guardem barriga para o jantar, porque vão comer Posta à Mirandesa 😉
Não se admirem se ouvirem muito espanhol por aqui, estão perto da fronteira e parece-me que as línguas se misturam.
Entretanto jantar é no Mirandês, tem muitos pratos tradicionais portugueses, mas claro em Miranda do Douro, come-se posta à mirandesa! A carne é muito tenra e saborosa. Os preços são médios e bem justos para o que se come, as sobremesas são muito boas também. Se tiverem barriga 😛
É melhor marcarem com antecedência porque este restaurante é muito procurado. Telf. 273 431 418
Se quiserem no final, podem voltar ao centro histórico para um cafézinho e uma pequena caminhada para ajudar na digestão.
Ou então, que tal um gin? Muni-me da Internet e fui descobrir o Black & White. É uma Gin House com mais de 150 variedades de Gins. Também tem outras bebidas claro, peçam uma sugestão de acordo com os vossos gostos e de certeza que não vos vão desapontar.
Podem encontrar alojamento aqui.
Dia 3
Aldeia do Piodão
Desta vez, vão fazer estrada junto ao Parque Natural do Douro e do Parque Natural da Serra da Estrela, Vão amar as vistas, parem várias vezes para tirar fotos! O trajeto demora cerca de 3 horas e 35 minutos. Google Maps.
A Aldeia do Piodão, é uma das mais bonitas aldeias de Xisto de Portugal. Conhecida também pela aldeia presépio pela sua disposição e pela sua iluminação quando vista de longe à noite. A subida para a aldeia não é para os condutores menos experientes, as estradas não são muito largas e não oferecem muita protecção para o precipício. Por isso vão devagarinho e com muito cuidado.
No Piodão tem alguns cantinhos para almoçar, podem ver AQUI.
A Aldeia é linda de morrer, tão romântica! Passeiem devagarinho e com alma, relaxem e apreciem a beleza.
Se conseguirem quarto no Hotel Inatel Piodão, vale muito a pena. Tem vista sobre a aldeia e à noite vão perceber porque lhe chamam a aldeia do presépio. Se não, têm aqui outras opções.
Dia 4
Tomar
Bom dia! Olhem que vista bonita!
Hoje é para ir até Tomar e pelo caminho, visitar o Parque Biológico da Serra da Lousã.
Total do trajecto de hoje 2 horas e 39 minutos. Google Maps.
Acordem bem, porque têm que descer do Piodão com os olhos bem abertos, tomem pequeno almoço e saiam com calma e devagar.
Até ao Parque Biológico da Serra da Lousã demora cerca de 1 hora e 30 minutos. Este parque encontrei-o por acaso a caminho de Tomar, quando vi Restaurante Museu Da Chanfana que é mesmo junto, já sabem que eu adoro comer. Parei logo, ainda por cima era hora de almoço.
Confesso que não sou grande fã de chanfana, mas tem outros pratos e é tudo a um preço muito bom e bem servido. Quem almoça no Restaurante tem direito a um desconto na entrada do Parque.
O Parque é muito giro, tem animais lindíssimos e está muito bem construído, não fica nada mal na serra. Com um aspecto o mais natural possível. Se tiverem crianças, elas vão amar! Eu não tenho e adorei. Lá podem encontrar o Parque de Vida Selvagem com vários animais como linces e ursos pardos, a Quinta Pedagógica com animais típicos de quinta, o Centro Hipico, o Labirinto com 320 árvores de fruto e o Museu e Eco Museu.
Em Tomar têm uma imensa variedade de Alojamento e Restaurantes. Cliquem nas palavras para abrir o pesquisador.
Comam e descansem, o dia foi longo e amanhã é para andar a pé pela cidade de Tomar.
Podem encontrar alojamento aqui.
Dia 5
São Martinho do Porto
Ora bem, está a levantar e seguir para o centro de Tomar, por lá tomam o pequeno almoço e provam uma fatia de Tomar. Levem uma mochila com água e comida, vão almoçar na Mata Nacional dos Sete Montes. Para além da Mata, podem visitar o Castelo dos Templários, o Convento de Cristo entre outros. Eu sugiro visitar o que é mais junto à Mata para fazer o passeio seguido, almoçar na mata numa sombra e voltar para lanchar e seguir para São Martinho do Porto.
O trajecto para São Martinho do Porto demora cerca de 1 hora e 10 minutos. Google Maps.
Instalem-se no vosso alojamento e vão até um dos muitos restaurantes na marginal para um passeio na marginal depois de jantar.
Podem encontrar alojamento em São Martinho do Porto aqui.
Dia 6
Relaxar até decidir ir para casa
Esta praia é fantástica, umas das minhas preferidas de Portugal. Agora relaxem, aproveitem e quando decidirem, sigam para casa.
Resumindo
Tiveram montanha, boa comida, paisagens, natureza, história, passeios a pé e por fim praia. Tudo numa semana, o que podem querer mais? Portugal oferece-vos tudo e o Tuga Viajante está aqui para vos mostrar. Se quiserem deixem sugestões para outros passeios.
Beijinhos e abraços do Tuga, não se esqueçam de comentar como correu o vosso passeio e partilhar a página com os vossos amigos 😉
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