“Um cartel é um acordo de cooperação entre empresas que buscam controlar um mercado, determinando os preços e limitando a concorrência. Os cartéis prejudicam os consumidores, pois aumentam os preços e restringem a oferta de produtos ou serviços, ou inviabilizam a aquisição deles.”
Quem são os membros da OPEP?
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP ou, pelo seu nome em inglês, OPEC) é atualmente constituída por 13 nações (data de entrada na organização):
- Angola (2007)
- Arábia Saudita (1960)
- Argélia (1969)
- Congo (2018)
- Emirados Árabes Unidos (1967)
- Gabão (1975)
- Guiné Equatorial (2017)
- Irão (1960)
- Iraque (1960)
- Kuwait (1960)
- Líbia (1962)
- Nigéria (1971)
- Venezuela (1960)
Adicionalmente, o Equador entrou para a OPEP em 1973, saiu em 1992, voltou a entrar em 2007, mas decidiu sair definitivamente em 2020. A Indonésia entrou em 1962, saiu em 2009, voltou a entrar em Janeiro de 2016 mas decidiu suspender a sua filiação em Novembro do mesmo ano. O Gabão esteve fora da organização entre 1995 e 2016. O Qatar juntou-se à OPEP em 1961, mas decidiu sair em 2019.
OPEP+
Em 2016 mais 10 países produtores de petróleo, decidiram juntar-se à OPEP, não se juntando. Confuso? Também eu. Estes 10 países juntaram-se à OPEP com o intuito de controlar os preços do petróleo, contudo não quiseram vestir a camisola da organização, talvez por não quererem seguir certas regras? Ou talvez para terem o poder de “minar” o grupo original e saírem quando bem lhes convém? Ninguém sabe ao certo e por isso criaram a OPEP+. Da OPEP+ fazem parte os seguintes países:
- Azerbaijão
- Barém
- Brunei
- Cazaquistão
- Malásia
- México
- Omã
- Rússia
- Sul do Sudão
- Sudão
Quais são os interesses da OPEP
Bom, resumindo é controlar a quantidade do petróleo produzido, de forma a manter os preços a um nível que proporcione o lucro “justo” aos investidores na industria do petróleo. Oficialmente, esta é a declaração da organização:
De acordo com os seus Estatutos, a missão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é coordenar e unificar as políticas petrolíferas dos seus países membros e assegurar a estabilização dos mercados petrolíferos a fim de assegurar um abastecimento eficiente, económico e regular de petróleo aos consumidores, um rendimento estável aos produtores e um justo retorno do capital para aqueles que investem na indústria petrolífera.
OPEC.ORG – Our Mission
Manipulando a “lei” de mercado da procura e oferta, estes países podem manipular as produções a seu belo prazer para fazer subir ou descer o preço do petróleo e consequentemente os preços dos derivados como a gasolina e o gasóleo.
Quanto petróleo a OPEP e a OPEP+ controla?
É verdade que estes dois grupos nem sempre estão em acordo, em Março de 2020 a Arábia Saudita (OPEP) e a Rússia (OPEP+) falharam um acordo para descer a produção e fazer subir os preços. Em retaliação, a Arábia Saudita, maior produtor da OPEP, subiu a sua produção fazendo descer os preços ainda mais e em consequência os lucros da Rússia. Chegando ao ponto de o preço ficar negativo, ou seja, se tivessem onde armazenar, ainda eram pagos para receber petróleo.

Os motivos poderão ser políticos ou não mas estou inclinado que politicas internacionais estejam sempre envolvidas, como o corte no fornecimento da Europa e Estados Unidos em resposta à guerra na Crise Petrolífera de 1973 que claramente foi um politicamente motivada.
De notar, que em Março de 2020 estávamos no pico da pandemia Covid19, altura em que se viu descer significativamente o preço do petróleo e todos apontavam para a descida significativa do consumo consequência da pandemia e das restrições no contato pessoal.
Quando estes dois grupos se entendem, eles controlam 55% do fornecimento global e têm em sua posse 90% das reservas totais do planeta. Agora, tirem um minuto e reflitam sobre o poder que estas nações têm sob outras que são dependentes de petróleo e não têm produção interna.
A OPOE e a OPEP+ são um cartel? Conclusão
Para mim, as ações destas organizações encaixam perfeitamente sob a definição de Cartel e há leis contra esses movimentos. No entanto, não estamos a fala do Jeff Bezos (Amazon) ou do Bill Gates (Microsoft). Estamos a falar de nações com poder militar e com muitos ressentimentos em relação a outras nações. Na realidade acho que se estão a borrifar para qualquer ação legal que outro país tente impor, porque de fato não podemos fazer a vida que estamos habituados sem aquela bela geleia preta que eles nos fornecem.
Com isto e esta mais recente guerra da Rússia e da Ucrânia e consequente escalada de preços, eu penso, quantos países nos têm na mão com o fornecimento de produtos e “serviços”? Será que devia ser pensada uma estratégia para diminuir a nossa dependência? Sim, devia.