A Casa de Camilo em Famalicão é hoje um dos melhores museus de Portugal. A visita é guiada e transporta-nos aos tempos em que o escritor Camilo Castelo Branco lá viveu até ao seu suicídio em 1890. A experiência é de arrepiar, os cheiros, os rangeres das madeiras até à cadeira de baloiço em que ele disparou um tiro na cabeça parece baloiçar quando se olha de repente. Se há realmente almas que ficam por cá, a de Camilo está ali com certeza.
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A casa foi construída por Pinheiro Alves, primeiro marido de Ana Plácido, em 1830, depois de voltar do Brasil com uma grande fortuna. Após a morte de Pinheiro Alves em julho de 1863, Camilo Castelo Branco e Ana Plácido mudaram-se lá.
Camilo e Ana viveram na casa por cerca de 26 anos, até o suicídio de Camilo em 1890.
A casa original foi destruída por um incêndio em 17 de março de 1915. Foi reconstruída e transformada em museu camiliano em 1922. Na década de 1940 foi restaurada para seguir os seus traços originais.
Em 2005, foi inaugurado o Centro de Estudos Camilianos, projetado por Álvaro Siza Vieira. O museu foi considerado o melhor do país em 2006 pela Associação Portuguesa de Museologia.
Em 16 de março de 2022, foram inauguradas as obras de renovação e restauro da casa, quinta e Casa dos Caseiros, com um investimento de cerca de 320 mil euros. Essas obras incluíram a remodelação da casa e a criação de novas infraestruturas para diversificar a oferta educativa e pedagógica, como uma cozinha para servir refeições baseadas em menus camilianos e um espaço para atividades do cotidiano do século XIX.
Camilo Castelo Branco
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, nascido em 16 de março de 1825 em Lisboa e falecido em 1 de junho de 1890 em São Miguel de Seide, foi um renomado escritor português do século XIX. Conhecido por sua vasta produção literária, ele foi também romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente de suas obras literárias e recebeu o título de 1.º Visconde de Correia Botelho do rei D. Luís.
Camilo teve uma vida tumultuada, frequentemente marcada por dificuldades pessoais que influenciaram sua obra. Órfão aos dez anos, ele foi educado de forma irregular por parentes e padres de província. Desde jovem, demonstrou um caráter irrequieto e uma propensão para amores conturbados.
Aos 16 anos, casou-se com Joaquina Pereira de França, mas o casamento foi breve. Estudou com o Padre Manuel da Lixa e tentou cursar Medicina e Direito, sem concluir nenhum dos cursos. Envolveu-se em várias paixões e polêmicas, incluindo uma com Alexandre Herculano.
Camilo colaborou com diversas publicações periódicas, como “O Panorama”, “Revista Universal Lisbonense”, e “A Illustração Luso-Brasileira”. Sua carreira literária foi notável pela rapidez com que escrevia, muitas vezes para sustentar sua família numerosa.
Camilo teve um relacionamento tumultuado com Ana Plácido, que se tornou sua companheira após uma série de eventos dramáticos, incluindo um julgamento por adultério. Eles viveram juntos em São Miguel de Seide, onde Camilo escreveu muitas de suas obras.
Nos últimos anos de sua vida, Camilo sofreu de sífilis, que lhe causou cegueira progressiva e outros problemas de saúde. Em um estado de desespero crescente, ele se suicidou em 1 de junho de 1890. Foi sepultado no cemitério da Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, no Porto.
Camilo Castelo Branco deixou um legado duradouro na literatura portuguesa, sendo lembrado como um dos autores mais importantes e prolíficos do seu tempo.
Vistar a Casa de Camilo
As visitas devem ser marcadas antecipadamente para garantir a disponibilidade.
Podem marcar pelo telefone 252 327 186 ou por email geral@camilocastelobranco.org.
Horário
Terça a sexta-feira : 10h00 às 17h30
Sábado e domingo : 10h30 às 12h30, 14h30 às 17h30
Encerrado à segunda feira, feriados nacionais, sábado de páscoa, 24 e 31 de dezembro